Um dia o rei Salomão decidiu dar uma lição de humildade a Benaiah Ben Yehoyada, seu mais confiável ministro.
- Benaiah, existe um certo anel que eu quero que você traga para mim. Eu pretendo usá-lo para a festa de Sucot o que lhe dá seis meses para encontrá-lo.
- Se ele existe em qualquer lugar da terra, sua majestade, Benaiah respondeu, e vou encontrá-lo e trazê-lo, mas o que o torna tão especial?
- Ele tem poderes mágicos, respondeu o rei. Se alguém feliz olha para o anel, se torna triste; e se alguém triste olha para o anel, se torna feliz.
Salomão sabia que não existia tal anel em todo o mundo, mas ele queria ensinar um pouco do gosto da humildade ao seu ministro.
A primavera passou e, em seguida o verão, e ainda Benaiah não tinha idéia de onde poderia encontrar o anel. Na noite antes da festa de Sucot, ele decidiu dar um passeio em um dos bairros mais pobres de Jerusalém. Ele passou por um comerciante que havia começado a recolher sua mercadoria em um surrado tapete.
- Você por acaso ouviu falar de um anel mágico que faz com que quem o use, se está feliz esqueça sua alegria, e se está infeliz esqueça sua tristeza? perguntou Benaiah.
Ele viu o senhor tirar um simples anel de ouro do seu tapete e gravar alguma coisa sobre o mesmo. Ao ler as palavras sobre o anel, rosto de Benaiah eclodiu em um grande sorriso.
Naquela noite toda a cidade saudou o feriado de Sucot, com uma grande festa.
- Bem, meu amigo, disse Salomão, você encontrou o que lhe pedi? Todos os ministros, e com eles o rei Salomão, sorriram.
Para surpresa de todos, Benaiah apresentou um pequeno anel de ouro e disse:
- Aqui está ele, sua majestade! Logo que Salomão leu a inscrição, o sorriso desapareceu de seu rosto. O joalheiro tinha escrito três letras hebraicas sobre o ouro: Gimel, zayin, yud. Estas são o acrônimo para a expressão "Gam Zeh Ya'avor" que significa "Isto também passará"*.
Diz-se que naquele momento Salomão percebeu que toda a sua sabedoria, riqueza fabulosa e tremendo poder, eram coisas fugazes, pois um dia também ele seria nada mais do que pó.
Fonte: David Franko, da Turquia, relatado ao Arquivo de Folclore de Israel, Universidade de Haifa, via Wikipedia.
*Esta frase "Isto também passará" e a história deste anel tornaram-se populares com o dicurso de Abraham Lincoln no seu discurso "Address Before the Wisconsin State Agricultural Society, Milwaukee, Wisconsin" em 30 de setembro de 1859.
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