Thomas Malthus (1766-1834) foi o pensador que mais influenciou Darwin. Ele postulou que o instinto reprodutivo é incontrolável e acaba por provocar o colapso das populações. O conceito é fácil de entender. Se colocarmos uma única bactéria em um frasco fechado contendo nutrientes, a bactéria vai se dividir em duas, as duas vão dar quatro, as quatro, oito e assim por diante até que o alimento termine. Nesse momento, o ecossistema colapsa e bilhões de bactérias morrem de fome. Malthus imaginou que o mesmo deveria ocorrer com os seres humanos. Ele acreditava que nossa população cresceria exponencialmente até esgotarmos os recursos naturais do planeta. Aí morreríamos todos (ou quase todos) de fome ou sede. De fato, tudo indica que isso já ocorreu na Ilha de Páscoa faz centenas de anos.
O que Malthus não sabia é uma observação feita em diversos países ao longo dos últimos cem anos. Nas populações humanas, à medida que aumenta a riqueza e o nível educacional, as taxas de fertilidade caem rapidamente.
Quanto mais rica e educada uma população, menor o número de filhos por casal, um fato único no mundo animal. Enquanto em todos os seres vivos a abundância provoca um aumento da população, nas sociedades modernas ocorre o contrário. Isso sugere que um dos únicos fatores comprovadamente capazes de retardar, ou mesmo paralisar, nosso crescimento populacional é o enriquecimento e a educação.
Autor: fernando@reinach.com
Mais informações em: New Limits to Growth Revive Malthusian Fears. Wall Street Journal, 24/3/2008
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