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domingo, 24 de abril de 2022

As "leis" de Roberto Campos e Guilherme Merquior

Era uma crespa noite de inverno londrino. 

Eu tinha convidado para um jantar na embaixada brasileira, ao fim dos anos 70, o grande filósofo liberal francês Raymond Aron e dois sociólogos radicados na Inglaterra, Ralf Dahendorf e Ernest Gellner, este último professor de José Guilherme Merquior, meu conselheiro de embaixada. Na curva do conhaque, quando filosofávamos sobre nominalismo, realismo e existencialismo, contei uma piada que Aron achou divertida. Era a definição de "realidade" dada por um irlandês, revoltado pela interrupção de suas libações alcoólicas à hora do fechamento dos "pubs". "A realidade é uma ilusão criada por uma aguda escassez de álcool", disse.

Quando partiram os hóspedes, resolvemos, Merquior e eu, em rodadas de uísque, testar duas coisas. Primeiro, a teoria irlandesa do realismo alcoólico. Segundo, nossa capacidade de recitarmos, de memória, aquilo que poderíamos chamar de "leis de comportamento sociopolítico" de variadas personagens e culturas. Alternávamos nas citações, que registrei num alfarrábio que outro dia desenterrei numa limpeza de arquivos. Ei-las:


A lei de Lênin: "É verdade que a liberdade é preciosa. Tão preciosa que é preciso racioná-la".

A lei de Stálin: "Uma única morte é uma tragédia; 1 milhão de mortes é uma estatística".

A lei de Krushev: "Os políticos em qualquer parte são os mesmos. Eles prometem construir pontes mesmo quando não há rios".

A lei de Henry Kissinger: "O ilegal é o que fazemos imediatamente. O inconstitucional é o que exige um pouco mais tempo".

A lei de Franklin Roosevelt: "Um conservador é um homem com duas excelentes pernas, que, contudo, nunca aprendeu a andar para a frente".

A lei de Lord Keynes: "A dificuldade não está nas idéias novas, mas em escapar das antigas".

A lei de Bernard Shaw: "Patriotismo é a convicção de que o país da gente é superior a todos os demais, simplesmente porque ali nascemos".

A lei de Hayek: "Num país onde o único empregador é o Estado, a oposição significa morte por inanição. O velho princípio de que quem não trabalha não come é substituído por um novo princípio: quem não obedece não come".

A lei de Mark Twain: "Um banqueiro é um tipo que nos empresta um guarda-chuva quando faz sol, e exige-o de volta quando começa a chover".

A lei de Lord Kelvin: "Grandes aumentos de custos -com questionável melhoria de desempenho- só podem ser tolerados em relação a cavalos e mulheres".

A lei de Charles De Gaulle: "As promessas só comprometem aqueles que as recebem".

A lei de John Randolph, constituinte na Convenção de Filadélfia: "O mais delicioso dos privilégios é gastar o dinheiro dos outros".

A lei de Getúlio Vargas: "Os ministérios se compõem de dois grupos. Um formado por gente incapaz, e outro por gente capaz de tudo".

A lei do governador Mario Cuomo, de Nova York: "Faz-se campanha em poesia e governa-se em prosa".

A lei de John Kenneth Galbraith: "A política não é a arte do possível. Ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso".

A lei de Sócrates: "No tocante a celibato e casamento, é melhor não interferir, deixando que o homem escolha o que quiser. Em ambos os casos, ele se arrependerá".

No último uísque, Merquior me contou um chiste anônimo, que circulava em Londres: "A natureza deu ao homem um pênis e um cérebro, mas insuficiente sangue para fazê-los funcionar simultaneamente".

Ao confidenciar a Merquior que pretendia aposentar-me do Itamaraty para ingressar na política, lembrou-me ele a lei de Hubert Humphrey, vice-presidente dos Estados Unidos na administração Lyndon Jonhson, que dizia: "É verdade que há vários idiotas no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e merecem estar bem representados".


Tendo em vista minhas ambições políticas, combinamos fabricar conjuntamente uma lei, que passaria à posteridade como a lei Campos/Merquior: "A política é a arte de fazer hoje os erros do amanhã, sem esquecer os erros de ontem".


Ao nos despedirmos, já mais sóbrios, lembrei-me de duas leis. 

A lei do King Murphy, que assim reza: "Não estão seguras a vida, a liberdade e a propriedade de ninguém enquanto a legislatura estiver em sessão"


E a lei do sábio Montesquieu, o inventor da teoria da separação de poderes: "O político deve sempre buscar a aprovação, porém jamais o aplauso".


Em minha vida política no Senado e na Câmara, procurei descumprir a lei de King Murphy e cumprir a lei de Montesquieu. Sem resultados brilhantes nem num caso nem no outro.

sábado, 25 de setembro de 2021

A Lei é mais inteligente que o legislador, porém a Constituição não é mais inteligente que o constituinte

A Lei é mais inteligente que o legislador ordinário, pela existência de texto maior anterior, (porém) a Constituição não é mais inteligente que o constituinte, Ives Gandra. A letra da Lei é para ser cumprida; a Constituição requer interpretar o que propôs o constituinte.

sábado, 29 de agosto de 2020

Gamão ou Xadrez?

A lógica ocidental não tem relevância aqui. Falam um idioma diferente. Eles estão jogando gamão, enquanto nós jogamos xadrez. Frase de Amir Baram.


segunda-feira, 27 de julho de 2020

O que significa ervaringsdeskundige?

Ervaringsdeskundige, é uma palavra em holandês que significa um especialista, ou expert, com experiência! Citada por Peter Piot aqui.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Navegar é preciso, viver não é preciso

Essa foi a frase que o general Pompeu usou há mais de 2.000 anos para incentivar seus marujos em uma arriscada jornada para salvar o abastecimento de Roma. E, que depois ficaria famosa também pelos versos de Fernando Pessoa, mas em outro sentido. Citada por Caio Camargo aqui.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Rigor é diferente de rigidez, assim como flexibilidade é diferente de indecisão

Rigor é a capacidade de definir prioridades e avaliar o trabalho com objetividade (Expressa exatidão).
Rigidez é fixar-se teimosamente numa única solução, incapaz de ouvir os outros, fechado sobre si próprio como uma concha (Expressa inflexibilidade).
Flexibilidade é a capacidade de adaptar cada passo às circunstâncias, de ouvir os outros, e corrigir a rota se preciso for (Expressa alternativas).
Indecisão é a ausência de uma bússola interior, os valores a seguir quando tudo falha à nossa volta (Expressa indefinição).

A diferença sutil entre rigidez e rigor - flexibilidade no que é possível e rigor no que é necessário.

Você já percebeu que existe uma diferença sutil, de extrema importância, entre rigidez e rigor? Corremos um risco enorme de confundir os significados dos dois termos, quando a flexibilidade é exaltada, gerando uma distorção muito comum: a indisciplina travestida de ações flexíveis. Decisões ou ações rigorosamente corretas são interpretadas como produto da inflexibilidade, um sinônimo de rigidez.

Mas o rigor de que trato aqui relaciona-se à disciplina de fazer o certo, de forma consistente e correta. Em um processo de transformação, significa ter a coragem de não se esquivar do que é preciso fazer, mesmo que doa na própria carne, e manter o ritmo, sem se esconder atrás de desculpas. Significa não usar rotas de fuga.

No Brasil, boa parte das empresas e dos executivos prefere ignorar os excessos da flexibilidade. Todos sabemos que esse traço natural de nossa cultura é indiscutivelmente necessário em um mundo de múltiplas e profundas transformações como o de hoje. Mas e o rigor?

 A arte está em ter flexibilidade no que é possível e rigor no que é necessário. Betania Tanure 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Com aliados é melhor

Uma nação com aliados prospera, e nações sem eles definham. Ou, posto de outra forma, quando você estiver indo para uma luta armada, reuna todos seus amigos com armas, Jim Mathis

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Saber o certo antecede o fazer

O trabalho mais difícil de um presidente não é fazer o que é certo, mas saber o que é certo. Às vezes, a única maneira de sabê-lo é ouvir os melhores conselhos que puder obter, e às suas próprias entranhas. Lyndon B Johnson

domingo, 29 de setembro de 2019

Respeite o passado, crie o futuro!

A nova campanha da Asics explica que no Japão, a expressão onko-chishin significa "respeite o passado, crie o futuro". É uma atitude que enriquece passado, presente e futuro.

domingo, 30 de junho de 2019

Questões maiores requerem construções conjuntas, e com agentes contraditórios.

Procura-se sempre a bala de prata para resolver problemas complexos, típicos de uma economia emergente como a brasileira.  
A história do desenvolvimento econômico revela que saídas para questões de magnitude remetem a construções conjuntas, e à união de agentes contraditórios, em busca de uma solução mais próxima possível da realidade, e não da ideologia.
Como certa vez mencionado por Roberto Campos, "a contradição é privilégio dos governos realistas".  Venilton Tadini e Igor Rocha. 





segunda-feira, 29 de abril de 2019

segunda-feira, 25 de março de 2019

O que é uma ideia zumbi (zombie idea)?

Segundo Paul Krugman, uma "zombie idea" é uma proposição que já foi refutada pelas analises e evidências, e portanto já deveria ter morrido, mas não morreu porque ainda serve para algum uso político, preconceito, ou ambos. Leia mais aqui.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Como gerenciar por resultados?

Fonte DiegoMacedo
Eu acho que não é difícil gerenciar por resultados: o primeiro resultado que se pode pactuar com um novo gerente é dar-lhe um tempo para apresentar um plano de trabalho com cronograma e indicadores de resultados, Davi Rumel.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O Tempo

O Tempo é o único bem que temos. Cada minuto desperdiçado do próprio tempo, ou pior do tempo do outro, é como desviar os bens da pessoa, ou subtrair o capital de uma empresa, ou destruir os recursos não renováveis da natureza.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Certa vez Abraham Lincoln, o grande líder americano e defensor da abolição da escravatura, provocado durante um discurso por um adversário que defendia a escravidão, fez-lhe o seguinte questionamento
- "Quantas patas tem um cão se você chamar o rabo de pata”. Sem titubear, seu adversário respondeu que, nesse caso, o cão teria 5 patas. Abraham Lincoln, de modo categórico retrucou dizendo: 
- “O cão tem quatro patas. Chamar um rabo de pata não faz dele uma pata”.

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